Biodiversidade e economia verde em debate na Green Rio

Foto por Cris Isidoro

 Representantes do governo brasileiro, do setor privado e de cooperativas se reuniram nesta quarta-feira (20) para colocar os principais desafios de cada setor no tema Biodiversidade e Economia Verde, painel realizado durante a Green Rio – evento paralelo que acontece no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

Para a agricultura familiar, o maior desafio está em levar os agricultores a se organizarem economicamente, segundo o secretário nacional da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), Laudemir Müller. “Fazer com que as políticas públicas apoiem a gestão das cooperativas é nosso foco central. Estamos usando a estratégia de compras públicas, mas queremos fortalecer e complementar esse mecanismo”, afirmou o secretário do MDA.

“Reconhecemos nossas possibilidades como governo e políticas públicas e temos de reconhecer também a capacidade que o empresariado tem de construir arranjos e organizar essa cadeia”, disse Müller em debate realizado após o painel. “Para avançar ainda mais precisamos aperfeiçoar nossas políticas alinhando governo, setor empresarial e produtores”, avaliou o secretário, dirigindo-se aos demais participantes do painel – representantes das empresas Nestlé, Natura e Beraca, além de Manoel Monteiro, da Cooperacre, e Jedielcio Oliveira, do Programa de Produção Orgânica.

Inclusão socioambiental
Ao abrir o painel, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, falou sobre a importância e a necessidade de unir duas agendas: social e ambiental, como um desafio do governo e da sociedade. “Pensar essas duas agendas em separadamente é insustentável. E o MDA é parceiro nessa agenda”, assegurou a ministra.

“O Brasil tem 16 milhões de pessoas em extrema pobreza, pessoas que não estão incluídas no consumo. O país construiu várias agendas para incluir esse público", disse Campello, que citou o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), articulado pelo MDA, em que o governo compra da agricultura familiar para a população em situação de vulnerabilidade. Ele exemplificou, também, o Plano Nacional da Sociobiodiversidade – parceria interministerial – como estratégia da agenda socioambiental brasileira, em que comunidades produzem com base em atividades extrativistas e a partir de itens da sociobiodiversidade brasileira.

Green Rio
A Conferência Green Rio promove discussões e se apresenta como plataforma de negócios sustentáveis antes, durante e após a Rio+20. O objetivo é cultivar as sementes de negócios que resultarão em geração de renda e agregação de valor. Expositores promovem produtos e serviços nas rodadas de negócio.

Durante a Green Rio, são realizadas rodadas de negócios para empreendimentos da biodiversidade brasileira e empresas nacionais e internacionais interessadas em produtos com essas características. As rodadas e painéis ocorrem no Centro de Convenções Bolsa do Rio, na Praça XV de Novembro, no centro da capital fluminense.

Nessa terça -feira (19), o diretor de Geração de Renda e Agregação de Valor da Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Arnoldo de Campos, participou de painel sobre o tema Copa Orgânica e Sustentável.

Meio ambiente
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) financia projetos individuais ou coletivos que geram renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária. O programa possui linhas específicas de financiamento à disposição dos produtores agrícolas que desejem investir na diminuição de seu impacto ambiental, entre elas o Pronaf Agroecologia, Pronaf Eco e Pronaf Floresta, além da metodologia do Pronaf Sustentável.

Programa de Aquisição de Alimentos
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foi criado em 2003 e faz parte do grupo de ações do Fome Zero, uma iniciativa do governo federal. Tem como objetivo garantir o acesso a alimentos em quantidade e regularidade necessárias às populações carentes. O PAA também incentiva a formação de estoques estratégicos de alimentos, permitindo que os agricultores familiares armazenem seus produtos para a comercialização com preço mais justo e promovam a inclusão social no campo.

O programa tem o apoio dos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), dos governos estaduais e municipais, da sociedade civil, organizações da agricultura familiar e redes de entidades socioassistenciais.

Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
Financiar projetos individuais ou coletivos que resultem na geração de renda para agricultores familiares e assentados da reforma agrária: esse é o objetivo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Além de dispor das mais baixas taxas de juros, o programa apoia financeiramente as atividades agropecuárias e não agropecuárias do produtor rural e sua família e destaca-se, também, por ter os menores índices de inadimplência do Brasil.

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