O maior bioma brasileiro teve voz ativa na
construção do Plano Brasil Agroecológico. Ocupante de mais de quatro
milhões de quilômetros quadrados do território nacional, a Amazônia será
contemplada com iniciativas da política lançada pelo Governo Federal.
As ações do Plano respeitam as características socioeconômicas,
climáticas e ambientais de cada região e foram criadas para
potencializar a produção de orgânicos no País.
O secretário de Agricultura Familiar do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), Valter Bianchini, afirmou que o plano
foi elaborado com a contribuição de agroextrativistas, uma base
importante para o bioma amazônico. “Eles produzem agroecologicamente de
maneira natural, desde sempre. Queremos o mínimo de ajustes para
trazê-los e certificá-los como produtores agroecológicos. Assim,
estaremos valorizando quem produz e preserva a biodiversidade
brasileira”, explicou.
Bianchini assegura que não faltarão iniciativas no
Plano, composto por 125 ações de dez ministérios, em nenhuma área da
Amazônia. “Tem regiões que são mais complicadas, além de alguns locais
com sistemas muito próximos. Vamos trabalhar ali a recomposição de áreas
degradadas, o manejo de solo, uma diversificação maior e a distribuição
de sementes crioulas e varietais”, conta.
Apesar de não ter um recorte oficial por biomas, o
Brasil Agroecológico tem a intenção de valorizar as culturas regionais.
“O conceito de Agroecologia é fazer o desenvolvimento de uma agricultura
a partir das condições locais e ambientais. A agroecologia, quando você
discute, é a agricultura baseada nas condições ecológicas da região.
Essa proximidade do ambiente local é que define o processo de
agricultura sustentável”, explicou Bianchini.
O secretário garantiu que o plano é de todos e que as
políticas já estão em curso. “Cada bioma, cada diversidade de
agricultores vai ter seu espaço no plano. Com essa chamada de Ater,
queremos discutir em cada um dos biomas como faremos produção e
comercialização respeitando o uso e a conservação dos recursos naturais
típicos de cada região”, assegurou.
Estratégia
O Plano vai seguir quatro eixos estratégicos: Produção,
Conservação de Recursos Naturais, Conhecimento e Comercialização. Com
isso, os agricultores terão facilidade no acesso a políticas públicas,
como os R$ 2,5 bilhões disponibilizados nacionalmente par meio de
crédito rural. “O mais importante do crédito é que ele vai permitir
processos de transição para agricultura de base ecológica. Ele não é só
para quem está consolidado no sistema orgânico” ressalta o secretário.
O Plano tem como principal missão articular políticas
e ações de incentivo ao cultivo de alimentos orgânicos e com base
agroecológica e representa um marco na agricultura brasileira. O
investimento inicial será de R$ 8,8 bilhões, divididos em três anos.
Desse total, R$ 7 bilhões serão disponibilizados via
crédito agrícola por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf) e do Plano Agrícola e Pecuário. O restante
será destinado para ações específicas, como qualificação e promoção de
assistência técnica e extensão rural, desenvolvimento e disponibilização
de inovações tecnológicas e ampliação do acesso a mercados
institucionais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o
Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
Portal MDA
Portal MDA
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Continue interagindo!