Foto: Albino Oliveira |
O segundo dia do Congresso Brasileiro de
Agroecologia, em Porto Alegre, iniciou com um debate recorrente sobre os
riscos do uso de agrotóxicos. O primeiro painel desta terça-feira (26),
A luta contra os agrotóxicos e transgênicos: impactos e perspectivas,
levantou questões como a contaminação de animais, pessoas e alimentos
por meio desse tipo de produto químico e trouxe a proposta de uma
reflexão sobre quais são os reais benefícios dos agentes químicos.
Um número crescente de agricultores tem ingressado na
produção orgânica ou agroecológica, sem uso de pesticidas. Hoje, na
agricultura familiar brasileira existem 75 mil agricultores nesse tipo
de produção. No Rio Grande do Sul são 8.500 agricultores declarados.
Segundo o representante do Grupo de Estudos em Agrobiodiversidade do
Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (GEA-Nead/MDA), Leonardo Melgarejo, isso se deve
ao fato de a agricultura familiar exigir relações mais amistosas com o
meio ambiente e uma recuperação da capacidade produtiva.
Melgarejo levantou a questão dos transgênicos no
Brasil fazendo uma breve revisão sobre a tecnologia do DNA combinante, e
explicou que o valor dos transgênicos está associado ao valor da
comercialização. "Há uma análise socioeconômica que pressupõe que os
produtos diminuem o custo de produção, aumentam a produtividade e essa
diferença gera um bolo de recursos, o que seria um benefício para a
sociedade", explicou. "Estamos abandonando o potencial produtivo para
incorporar o uso de agrotóxicos", concluiu.
Argentina
Para debater a questão dos agrotóxicos o representante da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Wanderlei Antônio Pignati, apresentou uma avaliação integrada dos impactos dos agrotóxicos na saúde e ambiente em Lucas do Rio Verde (MT), de 2007 a 2010. "Foram encontrados vários tipos de agrotóxicos na água dos poços, da chuva, no ar, no sangue e urina de professores das escolas da zona rural e urbana do município e até no leite materno. Quanto mais perto da zona rural mais altos eram os índices", ressaltou Pignati.
Para debater a questão dos agrotóxicos o representante da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Wanderlei Antônio Pignati, apresentou uma avaliação integrada dos impactos dos agrotóxicos na saúde e ambiente em Lucas do Rio Verde (MT), de 2007 a 2010. "Foram encontrados vários tipos de agrotóxicos na água dos poços, da chuva, no ar, no sangue e urina de professores das escolas da zona rural e urbana do município e até no leite materno. Quanto mais perto da zona rural mais altos eram os índices", ressaltou Pignati.
Como experiência internacional, o representante da
Rede de Ação em Praguicidas e suas Alternativas para a América Latina
(Rapal) na Argentina, Javier Souza Casadinho, apresentou um relato do
uso de preguiçadas no país. Segundo ele, em 1996 foram utilizados 30
milhões de litros de agrotóxicos na Argentina. Em 2007, esse número
subiu para 270 milhões de litros. "Estamos trabalhando fortemente, na
Argentina, a forma de produção agroecológica como uma saída para
diminuir o uso de agrotóxicos", afirmou.
VIII Congresso Brasileiro de Agroecologia.
Data: Até o dia 28/11.
Horário: 8h30 às 18h.
Local: PUCRS – Avenida Ipiranga, 6681 - Partenon, Porto Alegre.
Portal MDA
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