quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Agente de leitura do Arca das Letras auxilia dezenas de famílias no Pará


Foto: Eduardo Aigner


Reconhecer o valor da leitura e ser reconhecido. Esse é o lema do agente de leitura Cícero Ronaldo Alves de Oliveira, mais conhecido como Roni, O Fera do Computador, 28 anos. Morador do município de Tucumã, no estado do Pará, ele soube do Programa Arca das Letras, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em uma visita ao município de Marabá, em setembro de 2007. Desde então, o programa protagonizou mudanças em sua vida.
Logo em outubro do mesmo ano, os mais de 30 mil habitantes de Tucumã já recebiam a primeira biblioteca do programa, a Biblioteca da Comunidade 29 de Junho, que atende cerca de 150 famílias. Hoje, cinco anos depois, o município possui três bibliotecas e todas tiveram a articulação de Cícero para serem implantadas.

Um exemplo de superação, Cícero Ronaldo é paraplégico desde que nasceu e sempre se empenhou para alcançar seus objetivos. Em 2004, iniciou um curso de informática com duração de um ano. Completados oito meses, já tinha concluído o curso, daí veio o apelido de O Fera do Computador. “Sempre fui um cara batalhador e nunca encontrei uma barreira que não consegui atravessar”, afirma.

Ele conta que sua vida mudou ao conhecer o Programa Arca das Letras e se tornar agente de leitura. Conheceu pessoas e histórias que jamais imaginava e superou mais um obstáculo, transmitindo conhecimento a crianças, jovens e adultos da comunidade. “Eu criei um amor por isso, porque vejo que, por meio do Arca das Letras, a vida das pessoas está melhorando”, relata.

Quando a biblioteca onde Roni é agente de leitura, voluntariamente, foi inaugurada, existiam 200 livros para atender à demanda da comunidade. Hoje, são mais de 1,5 mil livros, todos doados. “A gente recebe muita doação das empresas, dos professores. A comunidade é muito envolvida”, conta.

De acordo com o agente de leitura sua comunidade evoluiu com o auxílio das bibliotecas. Os alunos que antes perdiam o ano escolar por falta de acesso a livros didáticos, hoje não passam mais por isso. “A nossa comunidade mudou muito, ganhou mais visibilidade, teve melhora na educação. Agora temos os livros perto dos alunos prontos para auxiliá-los”, destaca.

Além das bibliotecas de Tucumã, Roni também ajudou na articulação da arca de São Félix do Xingu, onde cerca de 40 mil habitantes puderam ter acesso ao livro e à informação. Para Roni é um prazer poder ajudar a levar tantos benefícios proporcionados pela leitura a tantas pessoas. “Se não fosse o Programa Arca das Letras eu não me sentiria realizado hoje. São muitos os benefícios que adquiri e pude passar para os outros depois que entrei no programa”, ressalta.

Programa
Criado em 2003, o Programa incentiva e promove o acesso à leitura em comunidades rurais. Mais de 8,7 mil bibliotecas já foram implantadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário em todo o Brasil.  Famílias de agricultores, assentados da reforma agrária, pescadores, quilombolas, indígenas e populações ribeirinhas são beneficiadas pela iniciativa.

As bibliotecas são instaladas em locais de acesso público, como associações, ou em casas de trabalhadores voluntários do programa, conhecidos como Agentes de Leitura. São eles os responsáveis pelo empréstimo dos livros e pelas campanhas de ampliação das coleções.

A ação conta com mais de dois milhões de livros, todos obtidos por meio de doação. Os acervos, armazenados em móveis-bibliotecas, denominadas de arcas, possuem títulos da literatura brasileira e estrangeira, material didático, histórias em quadrinhos e publicações técnicas, entre outras opções.
Para fazer uma doação, escreva para: arcadasletras@mda.gov.br.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Continue interagindo!