sexta-feira, 13 de abril de 2012

Conferência Nacional de Ater incorpora pauta da juventude rural





Jovens de todo o país estão se preparando para participar da 1ª Conferência Nacional sobre Assistência Técnica e Extensão na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária (1ª Cnater), que será realizada de 23 a 26 de abril, em Brasília (DF). O evento será uma espaço para discussão de propostas que permitam aos jovens optar por viver no campo, e para a adoção de modelos de produção agroecológicos, os quais foram debatidos em Conferência Temática da Juventude Rural e apresentados nas Conferências Estaduais.

Para a assessora especial de Juventude, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ana Carolina Silva, o grande desafio está em integrar os jovens na construção das políticas públicas. “A realização da Conferência Temática de Juventude Rural possibilitou consolidar uma pauta dos jovens rurais para a 1ªCnater e alterou a forma de elaboração das políticas públicas, ampliando o diálogo entre governo e os movimentos sociais”, explicou.

Entre as contribuições da Conferência Temática de Juventude Rural, Ana Carolina destaca a criação de oportunidades para os jovens continuarem vivendo no campo, com uma oferta de Ater que promova o acesso a tecnologias de produção sustentável, numa perspectiva de transição para uma matriz produtiva agroecológica, aliada ao acesso à terra, crédito e educação.

Uma das muitas jovens, escolhida como delegada para a Conferência Nacional, a assentada da reforma agrária Sanderlene Ribeira dos Santos, que mora no Assentamento Sítio Passagem da Cobra, no município de Rio Tinto, no Território da Cidadania Zona Da Mata Norte na Paraíba, afirma que a implementação de políticas públicas para a juventude rural é fundamental para evitar o êxodo rural. “Precisamos de políticas que garantam aos jovens a condição de permanecerem no campo, com qualidade de vida e com a possibilidade de desenvolver suas atividades agrícolas”.

Sanderlene destaca ainda que a oportunidade de construir políticas públicas com o recorte de juventude se aprofundou dentro do processo de discussão da 1ª Cnater. “Tivemos a oportunidade de inverter o modelo tradicional de construção de políticas, levando as propostas de nossa comunidade; e temos a certeza de que vamos encontrar espaço para o debate na conferência nacional”, frisou a jovem.

O coordenador do Comitê Permanente de Juventude Rural do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf) e técnico em agroecologia do Serviço de Tecnologia Alternativa de Pernambuco (Serta), Germano de Barros, afirma que a participação dos jovens nas etapas estaduais da 1ª Cnater tem sido expressiva. “Temos incorporado o debate do tema da juventude rural em todos os estados, onde os jovens estão apresentando, além do que será debatido na conferência nacional, questões específicas de cada estado”, destaca.

Barros reitera o grande desafio que é enfrentar o tema da sucessão do campo e que a aposta da juventude passa pela afirmação de uma produção agroecológica. “Estamos apontando a necessidade de construirmos uma matriz tecnológica de agroecologia, que de fato garanta a permanência do jovem no campo, e isso passa por questões ambientais, econômicas, produtivas, educacionais e culturais”, afirma.

Queremos um rural mais do que produtor de alimentos, um rural com qualidade de vida, com cidadania plena e produção cultural, ampliando a produção não agrícola e garantindo renda e desenvolvimento para quem mora no interior do Brasil”, conclui Barros.


Foto: Eduardo Aigner

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