segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Brasil Agroecológico busca recomposição ambiental na Amazônia

O maior bioma brasileiro teve voz ativa na construção do Plano Brasil Agroecológico. Ocupante de mais de quatro milhões de quilômetros quadrados do território nacional, a Amazônia será contemplada com iniciativas da política lançada pelo Governo Federal. As ações do Plano respeitam as características socioeconômicas, climáticas e ambientais de cada região e foram criadas para potencializar a produção de orgânicos no País.

O secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Valter Bianchini, afirmou que o plano foi elaborado com a contribuição de agroextrativistas, uma base importante para o bioma amazônico. “Eles produzem agroecologicamente de maneira natural, desde sempre. Queremos o mínimo de ajustes para trazê-los e certificá-los como produtores agroecológicos. Assim, estaremos valorizando quem produz e preserva a biodiversidade brasileira”, explicou.

Bianchini assegura que não faltarão iniciativas no Plano, composto por 125 ações de dez ministérios, em nenhuma área da Amazônia. “Tem regiões que são mais complicadas, além de alguns locais com sistemas muito próximos. Vamos trabalhar ali a recomposição de áreas degradadas, o manejo de solo, uma diversificação maior e a distribuição de sementes crioulas e varietais”, conta.

Apesar de não ter um recorte oficial por biomas, o Brasil Agroecológico tem a intenção de valorizar as culturas regionais. “O conceito de Agroecologia é fazer o desenvolvimento de uma agricultura a partir das condições locais e ambientais. A agroecologia, quando você discute, é a agricultura baseada nas condições ecológicas da região. Essa proximidade do ambiente local é que define o processo de agricultura sustentável”, explicou Bianchini.

O secretário garantiu que o plano é de todos e que as políticas já estão em curso. “Cada bioma, cada diversidade de agricultores vai ter seu espaço no plano. Com essa chamada de Ater, queremos discutir em cada um dos biomas como faremos produção e comercialização respeitando o uso e a conservação dos recursos naturais típicos de cada região”, assegurou.

Estratégia O Plano vai seguir quatro eixos estratégicos: Produção, Conservação de Recursos Naturais, Conhecimento e Comercialização. Com isso, os agricultores terão facilidade no acesso a políticas públicas, como os R$ 2,5 bilhões disponibilizados nacionalmente par meio de crédito rural. “O mais importante do crédito é que ele vai permitir processos de transição para agricultura de base ecológica. Ele não é só para quem está consolidado no sistema orgânico” ressalta o secretário.

O Plano tem como principal missão articular políticas e ações de incentivo ao cultivo de alimentos orgânicos e com base agroecológica e representa um marco na agricultura brasileira. O investimento inicial será de R$ 8,8 bilhões, divididos em três anos.

Desse total, R$ 7 bilhões serão disponibilizados via crédito agrícola por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Plano Agrícola e Pecuário. O restante será destinado para ações específicas, como qualificação e promoção de assistência técnica e extensão rural, desenvolvimento e disponibilização de inovações tecnológicas e ampliação do acesso a mercados institucionais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). 

Portal MDA 

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