segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Brasil amplia cooperação com países africanos

Mesmo contando com 54 países, o continente africano não possui em seu território a segunda maior nação afrodescendente do mundo. Segundo dados do censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 53% dos brasileiros se julgam descendentes de africanos. O número estimado, de mais de 100 milhões de pessoas, é menor apenas que o da Nigéria, que possui pouco mais de 170 milhões de habitantes.
Uma das políticas mais buscadas por países africanos no Brasil é o Programa Mais Alimentos Internacional, gerido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Por meio dele, governos estrangeiros podem adquirir máquinas e equipamentos brasileiros para ampliar a produção da agricultura familiar local e garantir segurança alimentar e nutricional. Atualmente, seis países recebem cooperação no âmbito do Mais Alimentos Internacional: Gana, Zimbábue, Senegal, Moçambique, Quênia e Cuba.
O coordenador do programa, Marco Antônio Viana Leite, garantiu que o MDA não disponibiliza apenas crédito para a compra dos produtos, mas também acompanha o uso dos equipamentos. “Tem que ser contratado um pacote de assistência técnica pós-venda. Ou seja, o Brasil se preocupa que não seja apenas uma exportação comercial, mas que tenha todo um mecanismo de auxílio após a comercialização”, afirma.
Acordos de cooperação
Além do Mais Alimentos Internacional, outros 700 projetos de cooperação são realizados pelo Brasil no continente africano. O maior beneficiado é Moçambique, que recebe 127 projetos, seguido de Cabo Verde (71) e Angola (58).
Os projetos atendem 43 países africanos em mais de 20 diferentes áreas, desde saúde e economia à agricultura e segurança alimentar. A assistência exercida é conhecida mundialmente como Cooperação Sul-Sul, que é determinada pela demanda e tem como princípios a horizontalidade e a solidariedade, além de não cobrar contrapartida.
Brasil - África
A relação entre Brasil e África começou no século XVIII. O primeiro governo a reconhecer o território nacional como país foi o Benim, em 1824. Mesmo estando do outro lado do Oceano Atlântico e sendo pouco conhecido no Brasil, o Benim possui manifestações culturais e bens históricos que carregam traços da identidade brasileira.
Segundo o assessor do Departamento da África no Ministério das Relações Exteriores (MRE), Pedro Penha Brasil, a aproximação entre o País e o continente africano é uma demanda natural. “Por sermos um dos maiores países africanos do mundo, com uma população afrodescendente que corresponde a mais da metade dos habitantes totais do país, e pelas influências na culinária, na vestimenta, e no povo brasileiro, essa integração era totalmente necessária”, avalia.
Recíproca
Embora o elo seja tão antigo, ele se consolidou na última década. Desde 2003, o Brasil instalou 18 embaixadas em países da África. Antes disso, o número de representações brasileiras no continente era de 19. “O interesse mútuo aumentou bastante nos últimos dez anos. A partir do governo Lula, o Brasil passou a enxergar melhor a África. Das 37 embaixadas brasileiras existentes lá, quase metade foi instituída nesta última década”, salienta Pedro Penha Brasil.
A recíproca africana é verdadeira. Brasília, capital brasileira, possui 33 embaixadas africanas. É o segundo país que mais possui representantes do continente, atrás apenas da China. 

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