Mais
uma vez a Praça da Sociobiodiversidade trará para a comunidade
internacional uma amostra dos produtos de empreendimentos
constituídos por povos, comunidades tradicionais e agricultores
familiares que utilizam os recursos da biodiversidade brasileira para
sua viabilidade econômica e socioambiental. A divulgação do
trabalho, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e
outros ministérios (MMA, MDS, além da Conab), poderá ser conferida
durante a Rio+20
– Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável – que começou ontem (13) no Rio de Janeiro e
prossegue até dia 22 de junho.
Montada
na Arena Socioambiental, no Píer Mauá, a praça vai reunir 23
empreendimentos familiares e será mais uma oportunidade de troca de
experiências com foco em práticas sustentáveis de produção
apoiadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em
parceria com outros ministérios, como a produção orgânica,
agroecológica, ecológica e de economia justa – fair trade.
Experiências
como a da Rede de Comercialização Solidária de Agricultores
Familiares e Extrativistas do Cerrado, da qual faz parte a
agricultora extrativista Aparecida de Jesus Moura. Ela é daquelas
mulheres cuja história faz qualquer pessoa refletir sobre a vida e o
seu valor. Nascida numa carvoaria – sem nenhuma “força de
expressão”, pois o rancho da família ficava ali mesmo, junto aos
fornos utilizados para a queima da madeira –, a mineira aprendeu
com o sofrimento o valor de produzir de forma sustentável.
Natural de Lassance, localizada no norte de
Minas Gerais, a 269 quilômetros da capital, Belo Horizonte, há
pouco mais de dez anos, dona Aparecida começou a perceber a
importância do trabalho das famílias que faziam parte da rede;
comparado à atividade na carvoaria, que queimava as árvores e aos
poucos destruía a biodiversidade do cerrado na região.
Com
sede em Goiânia (GO), a rede de comercialização, comunitária e
orgânica, reúne agricultores familiares, extrativistas, pescadores,
vazanteiros e guias turísticos que se organizaram para comercializar
seus produtos e trazer desenvolvimento local sustentável. Um
objetivo que só foi possível a partir do aproveitamento da
biodiversidade local, aliado ao cuidado com os recursos naturais,
tomando como base os princípios da agroecologia.
Mesmo
vivendo na área rural do município, localizado às margens da Serra
do Cabral e banhado por rios e cachoeiras, o maior contato de
Aparecida com a terra era na pequena roça de milho, feijão, arroz e
mandioca. “A roça era só para o consumo. A renda mesmo vinha da
carvoaria”, relata.
Mas
foi por volta de 2001, quando nasceu o terceiro filho, que a família
mudou-se para a sede do município, onde conheceram o grupo que fazia
parte da rede. Da extração sustentável de sementes do cerrado –
baru, sucupira, jatobá, vassoura, faveira, entre outros tantos –
aquelas famílias tiravam o sustento, ao mesmo tempo em que
valorizavam a biodiversidade local, gerando renda e trabalhando com
dignidade – algo que Dona Aparecida, até então, não conhecia,
graças ao penoso trabalho na carvoaria. “Aos poucos percebi que a
produção de carvão estava destruindo a vegetação nativa,
inclusive o baru, tão importante para o sustento daquelas famílias”,
recorda.
Foi
então que a vida de dona Aparecida e de sua família mudou de rumo.
Hoje ela se orgulha de fazer parte da rede, ao lado de outras 99
famílias, só em Lassance. A renda da família melhorou, assim como
a qualidade de vida, fruto da atividade produtiva baseada nos
princípios da sustentabilidade e da agroecologia.
E
foi nesta prática de produção que dona Aparecida e outras famílias
extrativistas descobriram uma forma diferente de secagem da faveira -
planta medicinal, também conhecida na região como favela. De um
jeito simples, secando naturalmente, nas cercas das casas, a nova
técnica trouxe resultados positivos, não só para a qualidade da
matéria prima, como para o retorno financeiro. “Com esta nova
técnica de secagem, o quilo da faveira que rendia R$ 1,33, passou
para R$ 1,50”, revela, satisfeita. Considerando que o produto é
responsável por 40% da renda mensal das famílias da rede na região,
a melhora no preço é ainda mais significativa.
A Rede
Criada
há 12 anos, com a junção de seis comunidades rurais do
Centro-Oeste, a Rede de Comercialização Solidária de Agricultores
Familiares e Extrativistas do Cerrado, também chamada de
Coopcerrado, está presente em 45 municípios de cinco estados
(Tocantins, Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato Grosso) e reúne mais
de 1,6 mil famílias. No ano passado, o volume de vendas da
cooperativa atingiu a marca de R$ 2,8 milhões.
A organização levará para a Rio + 20 mais de
30 produtos do catálogo da cooperativa, como a linha de temperos e
condimentos e a linha de derivados do baru – castanhas, cookies e
barras de cereal. Todos os produtos, que trazem a marca Empório do
Cerrado, contam com o Selo de Identificação da Participação da
Agricultura Familiar (SIPAF), emitido pelo MDA.
Bioma Cerrado
Rico em biodiversidade, o Cerrado é formado por áreas dispersas em 37 ambientes, formando um complexo vegetacional de múltiplas paisagens, que ocupa cerca de 36% do território brasileiro, considerando suas áreas de transição.
Praça da Sociobiodiversidade
A Praça da Sociobiodiversidade é uma estratégia do Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade (PNPSB) de promoção comercial para os produtos da biodiversidade brasileira. Lançada, oficialmente, na VII edição da Feira Brasil Rural Contemporâneo, realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, a praça é uma ação itinerante que congrega empreendimentos constituídos por povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares que utilizam os recursos da biodiversidade brasileira para sua viabilidade econômica e socioambiental.
Bioma Cerrado
Rico em biodiversidade, o Cerrado é formado por áreas dispersas em 37 ambientes, formando um complexo vegetacional de múltiplas paisagens, que ocupa cerca de 36% do território brasileiro, considerando suas áreas de transição.
Praça da Sociobiodiversidade
A Praça da Sociobiodiversidade é uma estratégia do Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade (PNPSB) de promoção comercial para os produtos da biodiversidade brasileira. Lançada, oficialmente, na VII edição da Feira Brasil Rural Contemporâneo, realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, a praça é uma ação itinerante que congrega empreendimentos constituídos por povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares que utilizam os recursos da biodiversidade brasileira para sua viabilidade econômica e socioambiental.
Participam
desta edição da Praça, na Rio+20, 23 empreendimentos e redes de
empreendimentos dos Biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata
Atlântica.
Segundo o diretor de Geração de Renda e
Agregação de Valor da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF/MDA),
Arnoldo Campos, com esta ação, o MDA busca ampliar o espaço de
divulgação dos produtos dos biomas brasileiros, bem como as
iniciativas sustentáveis dos empreendimentos apoiados pelo PNPSB.
Plano da Sociobiodiversidade
O PNPSB foi lançado em 2009 e desde então tem a coordenação dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), Meio Ambiente (MMA), Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), tendo, o MDA, a competência de Secretaria Executiva.
Plano da Sociobiodiversidade
O PNPSB foi lançado em 2009 e desde então tem a coordenação dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), Meio Ambiente (MMA), Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), tendo, o MDA, a competência de Secretaria Executiva.
Com
abordagem sistêmica, participativa e descentralizada, a execução
do plano propicia um ambiente favorável para o desenvolvimento de
planos de trabalho específicos e a construção de uma visão
estratégica de apoio e fomento aos arranjos produtivos locais e
regionais, entendendo que, somente assim, as cadeias de produtos da
sociobiodiversidade e os extrativistas serão fortalecidos.
“Enquanto
reconhece o potencial natural e sociocultural da biodiversidade
brasileira, o plano vislumbra oportunidades de investimento em
negócios sustentáveis tanto para o mercado nacional como
internacional, por meio da inovação de produtos nas mais variadas
áreas, desde alimentos, artesanato, prestação de serviços,
ecoturismo, entre outros”, detalha o diretor do MDA.
Atualmente,
o PNPSB desenvolve ações pactuadas com dez estados da federação –
AM, AC, PA, MT, RO, AP, TO, MA, CE e PI - e atua nos eixos da
produção e extrativismo sustentável, processos industriais,
mercado institucional e diferenciados, organização social e
produtiva e nos serviços da sociobiodiversidade. Estes eixos possuem
linhas de ação transversais de pesquisa, desenvolvimento
tecnológico e inovação, assistência técnica e extensão rural,
capacitação, crédito, fomento e incentivos fiscais, divulgação e
comunicação, além de marco regulatório.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Continue interagindo!